MARCILENE MANGINI
Especial para O Diário
O aterro sanitário administrado pela Pajoan Central de Tratamento de Resíduos, em Itaquaquecetuba, foi interditado, no final da tarde de ontem, pela Prefeitura daquela cidade, depois que, de manhã, explosões, ouvidas por moradores, teriam causado um deslizamento de 450 mil toneladas de lixo, quantidade estimada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Há informações preliminares de que a empresa já havia percebido rachaduras na área, desde quinta-feira, mas não avisou o órgão. O Aterro Pajoan recebia resíduos urbanos gerados em Mogi, Poá, Suzano, Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Salesópolis e Biritiba Mirim, além de Itaquá.
"Vamos esperar um estudo sobre a recuperação da área e sobre o volume de resíduo que a Pajoan tem condições de receber. Até este relatório ficar pronto, o local está com suas atividades interrompidas. Um grupo técnico, formado pela Cetesb, Delegacia do Meio Ambiente, em Mogi, e a minha secretaria, vai acompanhar os trabalhos da empresa", explica o secretário municipal do Meio Ambiente de Itaquá, Thiago Machado, que tomou a decisão de interditar o local.
Segundo a Cetesb, a empresa era obrigada a informar qualquer alteração no local, porém não comunicou as rachaduras numa parte do maciço de lixo, encontradas na quinta-feira passada. O órgão teria sido informado, apenas ontem, e seus técnicos foram avaliar a situação, quando ocorreu o desmoronamento. Segundo explicou Edson Santos, gerente da agência mogiana da Companhia Ambiental, ainda é prematuro determinar as penalidades cabíveis pela falta de informação da Pajoan e será emitido um relatório à diretoria do órgão, que o encaminhará à Secretaria Estadual do Meio Ambiente. "É cedo para avaliar sobre o destino da empresa", afirma.
A Pajoan, segundo Santos, teria dito que acreditava que as fissuras não teriam graves consequências. "Eles alegaram que não calcularam a dimensão do problema, pensaram que era algo pequeno", diz o gerente.
A Estrada do Ribeiro, na lateral do empreendimento, foi coberta pelos resíduos que formaram uma pilha de 12 metros de altura e que já está sendo removida por tratores. O local recebeu 10 equipes do Corpo de Bombeiros de Mogi, Guarulhos e São Paulo, 12 homens da Polícia Militar e da Ambiental, pessoal da Defesa Civil e quatro funcionários da Vigilância Sanitária, além de dois cachorros, da raça Labrador, que tentavam detectar alguma vítima.
A preocupação dos grupos era apenas uma: a segurança da área. Há suspeitas de que um veículo e duas motos estejam soterrados, pelo que contou alguns moradores. As escavações começaram logo após a avaliação do local que, segundo a população, passou por três explosões.
Segundo o capitão Antônio Joaquim de Oliveira Neto, responsável pelos trabalhos do Corpo de Bombeiros, não há risco de novos deslizamentos, porém o comandante da 2ª Cia. PM do 35º BPM/M, Luís Carlos Rodrigues, não descarta novas avalanches de lixo. "Há muitas fissuras no topo do lixão", afirma.
Também esteve na estrada, a equipe da Cetesb, de São Paulo, que monitorou o risco de contaminação do solo e água, já que no local há o Córrego do Taboazinho. "O grande problema não é o resíduo sólido, mas sim o líquido, porque vai escorrer até o córrego", previa o biólogo Carlos Ferreira Lopes, do Setor de Operação de Emergência. Segundo ele, já se trabalha na contenção do chorume.
A Pajoan, que ficou interditada entre agosto e outubro de 2009, operava de forma precária. "Isso significa que recebia o lixo vindo do Alto Tietê até preencher o volume num ângulo de 45 graus. A data final para encerrar as atividades era junho de 2012", explica o gerente da Cetesb de Mogi. A empresa tem enviado relatórios técnicos sobre o funcionamento local, mensalmente, e não consta nos laudos nenhuma irregularidade. "É isto que vamos apurar e já estamos conversando com o pessoal especializado. Queremos saber como o relatório não mostra nada e ocorreu este deslizamento", revela Santos.
A direção da Pajoan foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou sobre o desastre ambiental. (Colaborou Sabrina Pacca)
http://odiariodemogi.inf.br
Especial para O Diário
O aterro sanitário administrado pela Pajoan Central de Tratamento de Resíduos, em Itaquaquecetuba, foi interditado, no final da tarde de ontem, pela Prefeitura daquela cidade, depois que, de manhã, explosões, ouvidas por moradores, teriam causado um deslizamento de 450 mil toneladas de lixo, quantidade estimada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Há informações preliminares de que a empresa já havia percebido rachaduras na área, desde quinta-feira, mas não avisou o órgão. O Aterro Pajoan recebia resíduos urbanos gerados em Mogi, Poá, Suzano, Arujá, Ferraz de Vasconcelos, Salesópolis e Biritiba Mirim, além de Itaquá.
"Vamos esperar um estudo sobre a recuperação da área e sobre o volume de resíduo que a Pajoan tem condições de receber. Até este relatório ficar pronto, o local está com suas atividades interrompidas. Um grupo técnico, formado pela Cetesb, Delegacia do Meio Ambiente, em Mogi, e a minha secretaria, vai acompanhar os trabalhos da empresa", explica o secretário municipal do Meio Ambiente de Itaquá, Thiago Machado, que tomou a decisão de interditar o local.
Segundo a Cetesb, a empresa era obrigada a informar qualquer alteração no local, porém não comunicou as rachaduras numa parte do maciço de lixo, encontradas na quinta-feira passada. O órgão teria sido informado, apenas ontem, e seus técnicos foram avaliar a situação, quando ocorreu o desmoronamento. Segundo explicou Edson Santos, gerente da agência mogiana da Companhia Ambiental, ainda é prematuro determinar as penalidades cabíveis pela falta de informação da Pajoan e será emitido um relatório à diretoria do órgão, que o encaminhará à Secretaria Estadual do Meio Ambiente. "É cedo para avaliar sobre o destino da empresa", afirma.
A Pajoan, segundo Santos, teria dito que acreditava que as fissuras não teriam graves consequências. "Eles alegaram que não calcularam a dimensão do problema, pensaram que era algo pequeno", diz o gerente.
A Estrada do Ribeiro, na lateral do empreendimento, foi coberta pelos resíduos que formaram uma pilha de 12 metros de altura e que já está sendo removida por tratores. O local recebeu 10 equipes do Corpo de Bombeiros de Mogi, Guarulhos e São Paulo, 12 homens da Polícia Militar e da Ambiental, pessoal da Defesa Civil e quatro funcionários da Vigilância Sanitária, além de dois cachorros, da raça Labrador, que tentavam detectar alguma vítima.
A preocupação dos grupos era apenas uma: a segurança da área. Há suspeitas de que um veículo e duas motos estejam soterrados, pelo que contou alguns moradores. As escavações começaram logo após a avaliação do local que, segundo a população, passou por três explosões.
Segundo o capitão Antônio Joaquim de Oliveira Neto, responsável pelos trabalhos do Corpo de Bombeiros, não há risco de novos deslizamentos, porém o comandante da 2ª Cia. PM do 35º BPM/M, Luís Carlos Rodrigues, não descarta novas avalanches de lixo. "Há muitas fissuras no topo do lixão", afirma.
Também esteve na estrada, a equipe da Cetesb, de São Paulo, que monitorou o risco de contaminação do solo e água, já que no local há o Córrego do Taboazinho. "O grande problema não é o resíduo sólido, mas sim o líquido, porque vai escorrer até o córrego", previa o biólogo Carlos Ferreira Lopes, do Setor de Operação de Emergência. Segundo ele, já se trabalha na contenção do chorume.
A Pajoan, que ficou interditada entre agosto e outubro de 2009, operava de forma precária. "Isso significa que recebia o lixo vindo do Alto Tietê até preencher o volume num ângulo de 45 graus. A data final para encerrar as atividades era junho de 2012", explica o gerente da Cetesb de Mogi. A empresa tem enviado relatórios técnicos sobre o funcionamento local, mensalmente, e não consta nos laudos nenhuma irregularidade. "É isto que vamos apurar e já estamos conversando com o pessoal especializado. Queremos saber como o relatório não mostra nada e ocorreu este deslizamento", revela Santos.
A direção da Pajoan foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou sobre o desastre ambiental. (Colaborou Sabrina Pacca)
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